Transformo os dias em palavras que calo e adormeço,
sufocam na garganta vocábulos esquecidos.
Temporais de sonhos, assim as minhas noites.
Assim os meus dias: mudez imposta pela vida,
que me aprisionou numa jaula de palavras.
Duras são as mágoas que esqueci. Não lhes reconheço a cor,
recordo a aspereza dos sentidos. E o mundo que
estremece em mim é intemporal, como eternas
estas mágoas que esqueci e de onde acordo para o sonho.
Imaterial esta existência, este pulsar de sonhos no
meu coração. Onde a vida, o ser ou o não ser?
Lembrança estremecida, banal silêncio
nas palavras proferidas sem sentido.
Quem sois vós, silêncio que maldigo e abençoo,
mágoa que caracteriza o meu viver?
Sonho abrigado nos afetos, palma de um martírio
imposto ao tempo de te amar, assim os meus dias.
E as noites são silêncio, a comungar das madrugadas
em que espero a alvorada, antecedendo
mais um dia de palavras a calar.
Felipa Monteverde
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