Quarta-feira, 21 de Novembro de 2012

VII

Estou além do tempo,

além da infinita espera em que me afundo e

há sombras que me engolem neste mundo

trevas em que habito e de que me alimento.

 

E o sonho continua

continua a inconstante maré de negras vagas

que me assolam o tempo e criam chagas

na minha pele asperamente nua.

 

Nua a alma, também ela

se estende no tempo e no espaço

na busca incessante de um abraço

que mate esta incerteza dentro dela.

 

Incerteza do ser ou do

não ser ou viver segundo as normas

que o tempo determinou ao ritmo das marés

que devagar invadem todo um corpo a fenecer.

 

Fenecendo em dor de amor que não

deveria assim doer… sendo amor deveria ser

sonho, magia, beijo, rosa, flor.

publicado por Felipa Monteverde às 23:59
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VI

Lembras-te das rosas? Eram lindas, sim.

E o sonho que as guardava continua a incomodar-me,

a fazer ressurgir esta ansiedade

profundamente inscrita a luz carmim.

 

Inscrita no meu peito, no receio de amar

num sonho mal gerado em pensamentos de

versos, serenatas ao luar…

 

Era o medo, esse espectro podre

disfarçando emoções que ocultei.

Sim, ocultei, em cantos e quebrantos.

 

E chorei essas mágoas, esses restos

de amplitude e amor em mim

que te dediquei na juventude

e que nem na velhice têm fim.

 

Felipa Monteverde

publicado por Felipa Monteverde às 22:55
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Segunda-feira, 19 de Novembro de 2012

V

Rasga-se a alma em mim.

Dentro do peito o mar, a sede destas lágrimas

em que branqueio fados e o luar

e recordo as rosas e as palavras.

Palavras que disseste, rosas que não me ofereceste

sentimentos diversos que abrigaste

no peito onde outrora te escondeste.

 

Mar. É o mar este sentido,

esta forma de te ver em mim guardado,

cravo no meu peito, sonho e sombra

que me assalta o tempo e rouba a fé

em lembranças de um mal, mal disfarçado.

 

Disfarçado em espera, em sonho adormecido

numa alma que esqueceu a eternidade 

das coisas em que outrora acreditou.

 

Felipa Monteverde

publicado por Felipa Monteverde às 00:45
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Quinta-feira, 15 de Novembro de 2012

IV

E o sol queimou desejos já sentidos, enquanto

alumiava um rosto triste que deixei na

praia olhando o mar, esperando ver aparecer no

horizonte o navio em que partiste.

 

Partiste. Partiste.

Foste embora, eu sei, porque quiseste.

A sede de aventuras que sentias

fez-te esquecer o que me prometeste.

 

Ó sonho vão, ó mares já passados por

todo o tempo em que naveguei,

vós sois sonhos perdidos em que ocultei

o medo de amar versos rasgados.

 

Felipa Monteverde

publicado por Felipa Monteverde às 21:34
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III

Ondas do mar, quem sois vós dentro de mim?

Porquê estas vagas de sentidos

que me assaltam e me puxam para o fundo

de  um corpo que habitei e era fim?

 

Fim de tudo, de ti e de mim e deste mar

onde descobri falsas esperanças

entre sonhos que partiram deste cais.

Cais de nostalgias, de cobardes sensações que

não esqueço, latitudes infinitas destas tardes

em que espero um sonho vão ou um começo.

 

Um começo… ou então recomeçar

a ver o que já vi e não entendo

que o tempo é só um sonho que dormi

no leito de incerteza em que me estendo.

 

Estendo a alma, acalmo esta tensão

que me assola o peito e intensifica as lágrimas

marés das altas vagas em que o sonho

é sempre o tempo que cá fica.

 

Fica aqui, a envelhecer o rosto que outrora

foi mulher amada, numa quieta e quente madrugada

que durou até o sol já se ter posto.

 

Felipa Monteverde

publicado por Felipa Monteverde às 21:24
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II

Busco o tempo, o sentido que daria
ao mar em que navegam os meus sonhos
aos sentidos que o tempo me aquecia.
E eu dormia só, abraçada
aos sonhos e lembranças de quietas e
suaves madrugadas, em que
os passos que te ouvia eram danças.

 

Danças de sossego e solidão, serenatas
dirigidas ao imaginário fado em que habito,
vãs marés em que ondeio, vagas de
intempéries em que me acostumei a
nada ser a não ser este inconcreto sentimento
de nada de ti ter ou receber.

 

Sonhos são estranhas fantasias
em que o medo se disfarça e se pretende
ser objeto ou entrave para a vida
que ninguém espera em si ou a si prende.

 

Felipa Monteverde

publicado por Felipa Monteverde às 21:16
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Sexta-feira, 9 de Novembro de 2012

I

Quiçá um dia já te vi
prisioneiro das marés onde jazias
navegante de maus sonhos, fantasias
em que outrora te esqueci, quando eram
noites e eram dias de amar… e não sabias.

 

O tempo nada é.
As marés em que ondeio sabem sal e
nada me conjuga as palavras em que
habito, nas razões de bem e mal.

 

Mal da vida em que te cri, prisioneiro
dos meus sonhos, dos meus medos
em que cativei todas as ondas
ao redor de tantas praias e rochedos.

 

Mas o tempo nada é, só
o bom que existe em ti eu aguardei
entre mares de marujos e navios que
fantasmas me encostam ao sentido,
mal menor que não sinto ou rejeitei.

 

Felipa Monteverde

publicado por Felipa Monteverde às 21:21
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