Pedacinho de mim, quem o quer ser
quem quer em minha alma habitar
quem quer ser rosa ou cravo a ofertar
ao amor que o tempo e a noite irão matar?
Não sei os cravos, o canteiro recusou esses
craveiros em que as flores eram sangue e agonia.
Só as rosas ficaram. Mas a seu tempo
todas elas murcharam e o perfume foi intensa melodia
que ao meu peito invadiu e o feriu.
As rosas e os cravos flores belas são
mas matam e destroem corações
que se entregam à paixão e ao amor e
cravam um no outro amarga dor.
Recusei os cravos, não recebi as rosas
ficou meu coração amargurado e fundiu-se no tempo,
aguardando novo sonho, novo fado
canteiro ou roseiral plantado
em jardins de ilusões, sinas ou prosas.
Felipa Monteverde